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A partir desta quarta, somente indústrias da alimentação funcionam em Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: divulgação
Funcionários da Mallet fizeram manifesto na frente à empresa, que continuará funcionando

Apesar de começar a valer nesta terça-feira a proibição de funcionamento de indústrias não essenciais e da construção civil em Santa Maria por causa das restrições de aglomerações, grande parte das empresas dos dois setores já estava de portas fechadas desde segunda. No Distrito Industrial, das 34 indústrias que empregam mais de 2 mil pessoas, só sete seguiam operando ontem, e o número deve reduzir hoje, quando continuarão trabalhando só as de alimentos e bebidas. Em todas, foram reforçados cuidados com a higiene para evitar a transmissão do coronavírus. 

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O panifício Mallet segue operando com quase a totalidade dos 200 funcionários, só afastando quem é de grupo de risco ou se tiver sintomas. A produção caiu 30% devido à queda de demanda e à redução de 2 horas nos turnos, que agora são das 6h às 12h e das 12h às 18h. O cuidado com higiene ficou ainda maior. A alta de 25% nos custos com trigo importado, por causa do dólar, não foi repassada ao produto final.

A CVI Refrigerantes, fabricante dos produtos Coca-Cola, diz que seguirá com a produção para abastecer de bebidas os supermercados e estabelecimentos de toda a região. Para isso, tomou uma série de medidas, como afastamento imediato de trabalhadores de grupos de risco e os que tiverem sintomas gripais. Também reforçou as orientações sobre cuidados de higiene com os produtos e adotou mudanças de turno sem contato físico entre os trabalhadores.

Também no DI, a Tchê Viandas reduziu a produção de refeições em 75%, porque a maioria dos grandes clientes empresariais, incluindo universidades, parou as atividades. O trabalho segue, com medidas redobradas de higiene, para fazer refeições para órgãos públicos, como Hemocentro, hospitais e presídio, além de pessoas físicas que pedem viandas.

No Bairro Tomazzetti, a metalúrgica SR Agroindustrial, que vende equipamentos e estruturas metálicas para outras indústrias de todo o país e do Exterior, deu férias coletivas de 12 dias para 150 funcionários. Só manteve em plantão os funcionários de manutenção de elevadores, por ser um serviço essencial.

- Clientes de outros Estados já não estavam deixando a gente enviar material e pessoas para a montagem por causa do coronavírus. A fábrica está parada desde segunda. A própria Fiergs sugeriu redução de jornada e trabalho ou férias coletivas para o setor. Depois de 12 dias, a gente não tem ideia de como vai ser. A gente até tem caixa para sustentar a empresa por um tempo. Mas as empresas brasileiras, em via de regra, têm caixa para manter os salários por só 28 dias. A nossa perspectiva é bastante pessimista. Respeitando a vida das pessoas, o estrago econômico vai ser muito grande. Logo agora que estávamos saindo de uma recessão - diz Sérgio Montipó, diretor da SR Agroindustrial.

CACISM APROVA
O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), Luiz Fernando Pacheco, diz que 80% da construção civil já tinha parado desde segunda. Além de fábricas de alimentos e bebidas, só devem seguir funcionando indústrias que forneçam insumos para atividades essenciais. Ele diz que as autoridades estão corretas em parar quase tudo para tentar barrar o avanço do vírus e apoia essa iniciativa.

- Hoje, o objetivo maior é a preservação de vidas. Para empresários que querem abrir, tenho dito o seguinte: hoje, tu quebras se estiver fechado e tu quebras se estiver aberto, porque não tem quem vá comprar e não vai ajudar nesse esforço coletivo. Temos de esperar mais 10 a 15 dias e ir avaliando, para tentar afrouxar o nó. Senão, vai ser uma quebradeira geral. Tem de cuidar para o remédio não livrar o paciente de morrer de uma doença, mas o próprio remédio acabar matando por outra - diz Pacheco.


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